Ontem eu estive em uma palestra de um amigo e foi muito agradável ouvir aquelas pessoas que agora ao recordar cada rosto me chegam mais próxima ao coração.
A palestra deste amigo versava sobre a felicidade.
E eu me perguntei o que leva as pessoas a irem assistir uma palestra sobre a felicidade.
Eu sabia o que eu estava fazendo ali, mas e aquelas pessoas?
À medida que meu amigo nos conduzia a refletir sobre como nós nos sentimos e como vemos o mundo interno e externo nos fazendo pensar sobre qual o nosso papel diante deste sentimento já tão versado, as pessoas iam se posicionando e eu pude perceber o que movia cada pessoa a estar ali.
Ninguém estava lá em busca de uma formula mágica ou a pílula que os tornaria felizes, mas em busca de conhecer um pouco mais de si mesma e de aprofundar neste universo misterioso que temos dentro de nós.
Sendo assim a riqueza deste encontro acabou por ser a profunda troca de informações sobre como cada um sente e vê a felicidade.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi ver como as pessoas têm medo de serem felizes. É como se a nós, seres humanos não fosse dado o direito de sermos felizes.
Mas porque não ser feliz? Porque sentir-se culpado por um sentimento tão maravilhoso e contagiante?
Eu parto do principio que nossa cultura é baseada no sofrimento e na opressão, por isto é natural que o sentimento de felicidade faz com que a pessoa se sinta a margem dessa massificação de sentimento, por isto aqueles que “ousam” serem felizes pagam um preço que é o sentimento de culpa imposto por nossa sociedade.
Esta massificação de sentimentos nem faz com que paremos para questionar e observamos como agimos.
É interessante notar como não nos sentimos constrangidos em socializar o sofrimento, distribuir ofensas, raivas, sentimentos ruins a todos que nos cercam e quem nem conhecemos também, sem sentirmos culpa alguma sofremos, tornamos nossa vida um verdadeiro inferno e contaminamos todos que fazem parte de nossas vidas.
No entanto quando o sentimento é felicidade costumamos prender e esconder este sentimento como se isto fosse próprio de alguém ruim, de que não se pode dar as pessoas o que temos de melhor, não se pode contagiar as pessoas com um bom humor, com sorrisos, com palavras afetuosas.
Muitas vezes esperamos receber das pessoas atitudes que nos levem a ter felicidade, no entanto nem notamos como esta nosso mundo interno e nem o que damos para as pessoas.
Eu concluo que felicidade é algo pessoal, podemos nos sentir felizes ou infelizes se quisermos, é uma escolha, mas ao escolhermos seria interessante procurar ver porque fazemos esta escolha e o que queremos ao fazer tal escolha.
Se eu com minhas atitudes influencio e contagio as demais pessoas então o ideal é tentar entender que tipo de resposta eu espero das demais pessoas e agir nesta direção.
Pode ser premeditado no começo agir em busca da felicidade, mas penso que este caminho é bem melhor do que ficar reagindo sem responsabilizar-se pelo que acontece ao seu redor, e criando ainda mais tristeza e sofrimento.
Viver feliz para mim é uma escolha que podemos fazer a qualquer momento, assim como viver infeliz.
A questão é o que queremos. Continuar a contagiar as pessoas com nossa infelicidade, ou passar a agir para que a vida possa ser mais alegre e feliz?
Tania Santiago
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
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Um comentário:
Gostei do texto, menina... vou buscar aplicá-lo e viver melhor.
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