segunda-feira, 21 de setembro de 2009

APAGÃO PELA PAZ

Todos querem um mundo de paz, mas poucos são os que acreditam que possam fazer algo para extinguir a guerra, a violência, social, psicológica, econômica, política, a injustiça, a opressão e o desamor.

No entanto existe uma maneira simples de mudarmos tudo isso, fazendo cada um de nós sua parte.

Como?

Todo dia
21 de cada mês milhares de pessoas, aderem ao APAGÃO PELA PAZ.

Este Apagão ocorre entre 21hs e 21:10hs, nesse momento se desliga todas as luzes de onde quer que se esteja e por apenas dez minutos vibra-se a paz, vemos a paz em nosso mundo em em nossa vidas.
Se preferir pode fazer uma prece, ou apenas
permanecer em silêncio interno, seja como for o ideal é juntar nossos sentimentos, emoções e pensamentos a PAZ em nosso mundo.

Acredite com esse simples gesto é possível fazer a diferença, pois estaremos juntos dando uma demonstração do que queremos e que estamos dispostos a contribuir com a Paz em nosso planeta.

Junte-se a nós no dia 21 deste mês
Convide outras pessoas a participar
Vamos praticar a paz em nossas vidas
Conta-mos com você

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

FLOR DE PAZ






















Esta flor representa meu compromisso com a paz.


Mando esta flor para você, convidando-o a fazer o mesmo, enviando uma flor para outra pessoa.

Cada carta enviada representa o seu desejo que o outro esteja vivendo em paz.

Esta flor é a construção de um mundo que todos desejamos, pois que os seres que vivem neste lindo planeta querem a paz.

Acabemos com a violência, agressões, guerras nós somos seres de luz, semeadores de um mundo pleno de alegria, harmonia, paz e amor, tenhamos ações nesta direção.

Mande a sua flor para alguém de um lugar distante na qual você não conhece, pode ser qualquer forma use sua criatividade.

Seja semeador de paz em outras partes.

Cada vez que olhar para esta flor lembrara que existem outros tantos seres que também estão semeando a paz.

Comece mandando seu e-mail dizendo eu quero receber e enviar a flor da paz.




Deixe seu nome, endereço completo com o CEP, e lhe enviaremos a sua primeira flor da paz bem como endereços que você possa enviar sua flor.
E-mail:
tanya.ahimsa@gmail.com






Paz em sua vida e coração sempre.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

QUANDO AS COISAS BOAS ACONTECEM

Quantas vezes você já precisou de um conselho, de algum tipo de ajuda e encontrou alguém que o ouviu, ou mesmo que lhe deu apoio, ou ajudou materialmente quando já não mais acreditava que seria possível seguir em frente?

Coisas boas acontecem quando pessoas boas se propõem a realizá-las. Para isto é preciso FAZER ACONTECER.

O NOVO SER enfrenta as duvidas medos e desafios.

O NOVO SER é aquilo que ele diz ser, ele não arranja desculpas ele Faz Acontecer.

São pessoas que acreditam que o mundo precisa de mais ação do que palavras.

Unindo nossa força, experiência e solidariedade, vamos realizar este projeto que tem por objetivo apoiar a mudança de vida para melhor de todos que queiram.

Participe, junte-se a nós venha Fazer Acontecer o melhor na vida de outra pessoa.

Se você acredita que já esta na hora de fazer sua parte, mas não sabe como entre em contato conosco.

JUNTE-SE A NÓS

PROJETOS

• Promover cursos de desenvolvimento e crescimento pessoal
- Meditação
- Auto conhecimento


• Apoio as famílias dentro da comunidade que necessitem de alimento, roupas, emprego, assistência médica.

• Apoio a entidade, creche ou escola que precise de recursos para continuar existindo

• Promover áreas de lazer para crianças da comunidade

• Conscientização da comunidade quanto a questões de saúde, limpeza e reciclagem

• Criar grupos auto-sustentáveis de geração de emprego e renda na comunidade

PARTICIPE

FONES: 8142 0244 / 6603 8891

Curso Chi Kung

O Chi Kung resulta de milhares de anos de experiências dos chineses no uso da energia para tratar doenças, promover a saúde e longevidade, melhorar as habilidades de luta, expandir a mente, alcançar diferentes níveis de consciência e desenvolver a espiritualidade.

É utilizado atualmente para referir-se a múltiplos exercícios, destinados a desenvolver a força (física, energética, mental ou espiritual) ou para fins terapêuticos, mediante a utilização da Energia Vital - Chi, ou Qi.

Neste curso você vai aprender a utilizar a sua Energia vital.

Aulas três vezes por semana com duração de uma hora e investimento de cinqüenta reais mensais.

Turmas manhã ou tarde de segunda, quartas e sextas
Inscrições por fone ou e-mail

Vagas limitadas.

Fone e e-mail para contato: 6603 8891 e-mail : kyokichin@yahoo.com.br

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Tao

· (Lao Tsé; Tao Te Ching - verso 16)
Quem conserva o Vazio Absoluto permanece na Paz Perfeita.Todas as coisas têm uma mesma origem.Contemplamos sua evolução e seu retorno.Depois que as coisas florescem retornam a sua Origem.Retornar ao Princípio é repousar.Repousar é encontrar o Novo Destino.Voltar ao Destino é conhecer o Permanente.Conhecer o Permanente é a iluminação .Quem não conhece o Permanente não chega a bons resultados.O conhecimento disto torna o homem tolerante e magnânimo, por issose assemelha a um Rei.Sendo um rei se assemelha ao Supremo.Pois seguiu o caminho Perfeito e uniu-se ao Tao.Alcançando o Tao terá Vida Eterna e, embora seu corpo desapareça,ele nunca perecerá.Tao Te King - Albe Pavese (Ed. Madras)
Comentários de Huberto Rohden:Quando o homem ego-pensante se torna cosmo-pensado cedo ou tarde acaba por ser cosmo-pensante: o seu pequeno pensar egóico passa a expandir-se no grande pensar cósmico. No princípio, parece que o seu ego-humano sofre prejuízo, perecendo; mas, por fim, verifica que, na linguagem do Mestre, o grão de trigo (ego) não morre realmente, mas expande a sua estreiteza na largueza da planta frutífera (Eu).As palavras de Lao-Tsé acima reproduzidas são uma perfeita paráfrase a essas palavras do Nazareno; ou ainda as palavras de Paulo de Tarso; "Eu morro todos os dias - e é por isso que eu vivo".Todas as verdades dos grandes Mestres da humanidade aparecem sob a forma de paradoxos.
















Não ha maior ego do que o daquele que se julga acima dos outros por ter domado o ego. Ao dominar o ego, ao buscar a transcendência e negar o mundo, ele comete o maior EGO de todos: Achar que não tem ego, e que está além do mundo em que vive.(Osho)
Favor e desfavor geram angústia. Honras geram dissabores para o ego. Por que é que favor e desfavor geram dissabores? Porque, quem espera favor paira na incerteza, sem saber se o receberá. Quem recebe favor, também paira na incerteza: não sabe se o conservará.Por isto causa dissabor, tanto o favor como o desfavor.Porque é que as honras geram dissabor?Todo dissabor nasce do fato de alguém ser um ego.E não é possível contentar o ego.Se eu pudesse libertar-me do ego, não haveria mais dissabores.Por isto: Quem se mantém liberto de favores e desfavores,Liberta-se da idolatria do ego.Só pode possuir o Reino quem está disposto a servir desinteressado,A esse se pode confiar o Reino.(Lao Tsé; Tao Te Ching - verso 13)




























Deus não é o bem. Também não é o mal. Supor que Deus seria um ou outro, ou mesmo um e outro, seria limitar o ilimitado. Dar personalidade a Deus também é algo ridículo. A minha idéia de Deus é o TAO, ou seja, a não-idéia, dada a sua grandiosidade (o que também não significa uma negação). Se formos estudar profundamente, veremos que essa também é a idéia de Jesus (ainda visível na Bíblia), dos Hindus (com Brahma e suas diferentes manifestações) e dos Judeus.
"O nome designado para D-us em Bereshit (Genesis) é Elohim, uma forma plural colocada num contexto singular, o que descarta a possibilidade de uma figura antropomórfica de Deus, ou seja, uma divindade com forma e características humanas. A Torah descreve forças naturais que se expressam a partir de uma lógica pré-existente".
O TAO não é Deus, nem tem a pretensão de ser herege, nem outro nome para Deus, nem outro Deus, pois enquanto conceito, não invalida nenhuma forma de divindade que se creia. Aliás, este nome só existe porque não há outro. Não é sinônimo de Deus. É apenas uma palavra, senão não haveria outra. O TAO não ofende os que não crêem em energia, pois ele não é energia, apenas está nela, e ela nele. Ele não é satânico, pq não é um Deus opositor, nem invalida Deus nenhum, nem tem inteligência, nem deixa de ter. Se Deus é o bem, a soma dele com o mal forma um sistema total, o TAO. E mesmo este sistema, com todo o bem e o mal do universo, se definido, delimitado para ser o TAO, passa a ter um limite - e a soma dele com o que estiver fora dele é que seria o TAO.
Se você tirar uma única gota d'água do TAO, o que você terá não será mais o TAO, será apenas o "tao menos gota d'água". Assim, o TAO precisa de cada um, e cada um precisa do TAO, assim como não pode haver oceanos sem as gotas d'água.
Pra compreender melhor, é bom entender que o TAO é o todo, mas a sua manifestação se dá através do CHI (ou KI para os japoneses), o princípio energético oriundo da expressão do TAO. Assim, um taoísta, quando quer encontrar o TAO, toma um chá, ou caminha descalço rindo. Afinal, ele faz isso sabendo que a xícara está repleta de CHI, que a grama é feita de CHI manifestando o TAO. Então, seu caminhar o abastece de CHI, que o põe em comunhão com o TAO.
Assim, não há divindades, não há imagens. Como dizia Jesus, se você erguer uma pedra, ali o TAO estará. Se você rachar uma lenha ao meio, adivinhe QUEM e O QUÊ você encontrará ali?Se for assim, vc não precisa de igreja, nem de sacerdote, nem de mestre, nem de pastor. Não por acaso, o Evangelho de Tomé, o gêmeo (Thomas), onde Jesus afirmava isso, "desapareceu" misteriosamente e foi arrancado da Bíblia, até ser descoberto em antigos manuscritos.


O Tao que pode ser expresso não é o Tao Absoluto. O nome que pode ser revelado não é o nome absoluto. Sem nome é o princípio do universo. Com nome, é a Mãe de todas as coisas.O Ser provém da Fonte Incognoscível.O Existir nos leva pelos canais cognoscíveis. Ser e Existir são a Realidade total.A diferença entre Ser e ExistirÉ apenas de nomes. Misterioso é o fundo da sua unidade. Eis em que consiste a sabedoria suprema.
Imagem do Instituto de Astrofísica das ilhas Canárias exibe restos de antigas galáxias que desapareceram há mais de 5 bilhões de anos
Estranho como uma coisa tão "real" pra nós, aqui na Terra, já não exista mais. Você aponta o telescópio e vê aquilo lá, e continuará vendo até o fim da sua vida, mas o que vê é apenas a luz de algo que já se apagou há 5 bilhões de anos. O que é real? A luz que chega às nossas retinas, ou a informação científica? Para um índio, as estrelas que vemos no céu são reais, tão reais quanto a crença de que são os espíritos dos seus ancestrais. Mas essa "realidade" é despedaçada quando nos esclarecemos, através de preceitos científicos e comprováveis, como a velocidade da luz. Aí então abandonamos nossas crenças de outrora, herdadas de nossa cultura imediata, para abranger uma cultura global, impessoal, e com isso passamos a ser mais racionais e críticos, com o risco de nos tornarmos a ser bidimensionais, padronizados, pausterizados pelo novo saber-comum que não dominamos inteiramente, mas aceitamos por ser o "certo".
Isso me lembra o conceito de inconsciente coletivo, brilhantemente intuído por Carl Jung. Um "compartimento" comum a todos os seres humanos, onde o espaço/tempo é relativo, e que era chamado na antiguidade de "simpatia de todas as coisas". Do inconsciente coletivo pegamos "emprestados" nossas máscaras (personas), que compõem nossa personalidade. De lá também vêm os arquétipos, instintos que parecem "dirigir" a história da raça humana em maior ou menor intensidade, através dos mitos.
"A alma primitiva do homem confina com a vida da alma animal, da mesma forma que as grutas dos tempos primitivos foram freqüentemente habitadas por animais antes que os homens se apoderassem delas."(Carl Jung)
O perigo é quando tais imagens se apoderam do consciente:
"No fundo, não descobrimos no doente mental nada de novo ou desconhecido: encontramos nele as bases de nossa própria natureza"(Carl Jung)
O mais fantástico disso tudo é que, por ter caráter coletivo, ao olhar para o inconsciente dos "outros", estamos também lidando com a matéria-prima do nosso próprio inconsciente:
"A alma é muito mais complexa e inacessível do que o corpo. Poder-se-ia dizer que é essa metade do mundo não existente senão na medida em que dela se toma consciência. Assim, pois, a alma não é só um problema pessoal, mas um problema do mundo inteiro, e é a esse mundo inteiro que a psiquiatria deve se referir."(Carl Jung)
Conhece a ti mesmo
"O psicoterapeuta não deve contentar-se em compreender o doente; é importante que ele também se compreenda a si mesmo"(Carl Jung)
EROS X INSTINTO DE PODER
No livro Memórias, sonhos e reflexões, Jung nos fala um pouco de duas forças em oposição que, ao meu ver, são centrais em nossas vidas:
Surgiu-me a idéia de que Eros e o instinto de poder eram como que irmãos inimigos, filhos de um só pai, filhos de uma força psíquica que os motivava e - como a carga elétrica positiva e negativa - se manifestava na experiência sob a forma de oposição; o Eros, como patiens, e o instinto de poder como um agens, e vice-versa. O Eros recorre tantas vezes ao instinto de poder como o instinto de poder ao Eros. O que seria um destes instintos sem o outro? O homem, por um lado, sucumbe ao instinto e, por outro, procura dominá-lo. Freud mostra como o objeto sucumbe ao instinto. Alfred Adler, como o homem utiliza o instinto para violentar o objeto. Nietzsche, entregue a seu destino e sucumbindo a ele, precisou criar um "super-homem". Freud - tal era minha conclusão - deve ter sido de tal forma subjugado pelo poder do Eros, que procurou levá-lo, como um numen religioso, ao nível de dogma aere perennius (eterno). Isto não é um segredo para ninguém: Zaratustra é o anunciador de um evangelho e Freud chega a competir com a Igreja através de sua intenção de canonizar doutrinas e preceitos.
Se Freud tivesse apreciado melhor a verdade psicológica que faz da sexualidade algo de numinoso - ela é um Deus e um Diabo - não teria ficado prisioneiro de uma noção biológica mesquinha. E Nietzsche, com sua exuberância, talvez não tivesse caído fora do mundo se tivesse permanecido nos fundamentos da existência humana.
Cada vez que um acontecimento numinoso faz vibrar fortemente a alma, há perigo que se rompa o fio em que estamos suspensos. Então o ser humano pode cair num "sim" absoluto ou num "não" que também o é! Nirdvandva, diz o Oriente. O pêndulo do espírito oscila entre sentido e não-sentido, e não entre verdadeiro e falso. O perigo do numinoso é que ele impele aos extremos e então uma verdade modesta é tomada pela Verdade e um erro mínimo por uma aberração fatal. Tudo passa: o que ontem era verdade, hoje é erro, e o que antes de ontem era considerado um erro será talvez uma revelação amanhã... e isto é ainda mais válido na dimensão psicológica, acerca da qual, na realidade, sabemos pouquíssimo. Muitas vezes negligenciamos isto e estamos longe de levá-lo em conta: que nada, absolutamente nada existe, enquanto uma consciência, por restrita que seja - luz efêmera -, não o advirta.
Luz efêmera... E assim retornamos ao começo do post: luz. Folheando um antigo carderno de desenhos meus, de quando eu tinha 5 anos, achei uma frase minha desta época, que meu pai achou por bem copiar: "Quando a gente abre os olhos, o sonho se fecha". Deve ter sido meu primeiro insight quanto a realidade das coisas. Décadas depois retomo a linha de raciocínio amparado por Jung, que nos legou uma visão de sonho muito diversa da (corajosa e pioneira, diga-se de passagem) idéia de Freud: Enquanto para este o sonho é uma fachada atrás do qual seu significado se dissimula, se ocultando maliciosamente à consciência, para Jung os sonhos são natureza, e dizem o que podem dizer tão bem quanto os nosso olhos ou ouvidos, sem procurar nos enganar, e que talvez sejamos nós (consciência) que nos enganamos, por sermos míopes ou um pouco surdos pra captar a informação da forma adequada.
Será que o que por vezes conseguimos enxergar ("trazer à luz" da nossa consciência) não é apenas a luz débil de algo que brilhou intensamente e que já não existe mais?

















· O livro JUNG E A MEDIUNIDADE, de autoria de Djalma Argollo, se dedica a uma abordagem da vida de Jung a partir de um olhar espírita. Trata das experiências e opiniões de Jung, no que diz respeito aos fenômenos mediúnicos cuja ação sentiu em si em sua família, além de, em vários de seus pacientes - foram por ele estudada. É de suas experiências e opiniões, neste último campo, de que trata este livro. Aceitou ele a imortaliadade da alma, a comunicação dos mortos e a reencarnação? Custa R$ 20 reais na Fundação Lar Harmonia, mas também pode ser lido gratuitamente em versão PDF.
"Folheando" a versão online, vi uma historinha interessante, onde Jung narra sua estadia numa casa com fama de mal-assombrada. No quarto, ele ouvia vários ruídos e pingos de água caindo a um metro dele, embora não visse nada, e a casa não tivesse água corrente ou estivesse chovendo.
Outra é engraçada: Em plena crise psicológica, depois do rompimento com Freud, Jung resolveu entregar-se a um mergulho interior, ou, como ele diz, às suas "fantasias". Acontece que tais fantasias se corporificaram. Primeiro se apresentaram como um casal, que se denominam Elias e Salomé. Salomé era uma mulher bonita, porém cega. Ambos demonstram independência e sabedoria, orientando e esclarecendo muitos problemas existenciais de Jung. Ele aproveita pra ficar "se analisando", e os identifica como as figuras bíblicas tão conhecidas: "Naturalmente, tentei tornar plausível a aparição dos personagens bíblicos em minha fantasia, uma vez que meu pai fora pastor" (Jung, 1997, p. 161). Essa tentativa de racionalizar sua fantasia como recordações da infância soa um tanto quanto forçada, e o próprio Jung reconhece: "Mas isso não esclarecia coisa alguma" (Jung, 1997, p. 161).
Jung declarou, no final da sua vida, que o seu trabalho mais maduro durante toda a sua carreira, cresceu com as experiências transpessoais que fez e relatou isto no seu livro Os Sete Sermões aos Mortos, publicado primeiramente em 1916. Neste livro, Jung descreve a sua descoberta do mundo transpessoal quando rompeu as barreiras do estado de consciência comum, penetrando num mundo que ele nem sequer imaginava. Neste mundo ele encontrou uma entidade que lhe disse chamar-se "Basilides". Basilides, perguntado por Jung, esclareceu-lhe que vivera em Alexandria, muitos séculos antes do nascimento do psicólogo. Basilides transmitiu a Jung o conhecimento do "Pleroma", um conceito transpessoal que mais tarde influenciaria o psicólogo na descoberta do "inconsciente coletivo" da humanidade:
"O Pleroma é, ao mesmo tempo, o princípio e o fim dos seres criados. Ele os penetra, como a luz do sol penetra em qualquer lugar, penetra o ar... Somos, entretanto, o próprio Pleroma porque somos parte do eterno e do infinito. Mesmo no seu ponto o mais insignificante o Pleroma não tem fim, é inteiro, desde que pequeno e grande são qualidades contidas nele. Ele é este nada o qual é tudo e é continuidade!"
A segunda entidade encontrada por Jung no mundo transpessoal foi "Philemon", que influenciou profundamente o seu trabalho. Philemon lhe aparecia como sendo uma "figura espiritual". Jung atribuiu a Philemon muito do sucesso do seu trabalho e da sua obra.
Como curiosidade: Jung foi a primeira pessoa a conhecer e divulgar a cor azul do planeta Terra. Na sua autobiografia, ele relata que, após um ataque do coração, teve uma experiência de quase-morte (obtendo, assim, uma expansão de consciência semelhante a uma saída fora do corpo) e constatou, deslumbrado, a coloração azul da Terra, o vermelho-amarelado do deserto do Saara, ou o verde-ferrugem dos continentes. Tudo isso em 1944, 17 anos antes do primeiro homem ir ao espaço!










































· Ciência e espiritualidade devem caminhar juntas, mas não se deve misturar tudo no mesmo saco, pois são duas áreas distintas e que atendem a diferentes necessidades humanas (conhecimento e autoconhecimento). Como conciliá-las? Na nossa mente, claro! Se a física quântica é a melhor maneira de você entender o mundo, não queira que todos tenham de engolir as teorias de Bohm, Bohr e Hawkins goela abaixo, como se fossem o suprassumo da verdade, do mesmo jeito que não é nada legal empurrar teorias religiosas pra quem não se interessa por elas. A grande diferença aqui é o preconceito dos religiosos, que vendem como "dogma" o que deveria ser "teoria". Ciência e religião são maneiras de descrever a realidade e, onde a ciência pára (no terreno da alma, das relações humanas com o TODO), a filosofia religiosa deveria ser levada mais a sério. Foi essa a proposta de Kardec pro espiritismo, mas, bem, 150 anos depois a coisa desandou um pouco... o que não invalida, por sua vez, a doutrina.
Cientistas consagrados não ignoram o conhecimento religioso, e, segundo o Franco Atirador, "o próprio David Bohm foi o primeiro a notar a semelhança entre o seu modelo da Ordem Implícita e as religiões orientais. E, antes dele, foi por reconhecer a analogia entre o princípio da complementaridade e a doutrina taoísta do Yin-Yang que o Niels Bohr escolheu o símbolo do Tao pra colocar no seu brasão". Isso sem falar em Einstein...
Jung era um cientista. Investigou diversos aspectos do que chamamos de "esotérico" e encontrou nele elementos que foram trazidos à luz da ciência, para serem investigados, analisados, e que hoje são estudados nas universidades, para possibilitar a compreensão humana da sua própria mente. Muita gente "esquisotérica" usa Jung pra justificar suas loucuras, como se ele tivesse sido um ativista (como Lennon) e não um pesquisador.
A idéia de "unidade" dos esotéricos da Nova Era é baseada no conceito feminino da Mãe-Terra, ou Deusa-Mãe, passivo, que é oposto ao Deus varão e ativo que aprendemos a cultuar, e isso está nos estudos de Jung, onde o aspecto feminino do espiritual é mencionado, mas não hipervalorizado. O erro é pregar uma volta ao velho modelo, abandonando (e o pior, negando) tudo o que aprendemos até agora com a influência judaico-cristã. Isso é correr de um pólo ao outro, trocar uma ilusão por outra. É por isso que colocarei abaixo trechos do excelente artigo Jung e a Nova Era: Um Estudo sobre Contrastes, de David Tacey:
Embora Jung profeticamente visse que os conteúdos "femininos" e "pagãos" estivessem em ascensão na psique ocidental, nunca pregou que nos abandonássemos a estes conteúdos; pelo contrário, ele sentiu que a tarefa da individuação envolvia resistir a estas forças coletivas e desenvolver uma resposta crítica a elas. Qualquer movimento coletivo que se identifica com um processo arquetípico não vai, virtualmente por definição, entrar em acordo com o gosto junguiano, que está baseado na ética e estética da individuação. O ataque de Jung sobre o que ele chamava "identificação com a psique coletiva" é conveniente e deliberadamente ignorado por todos estes terapeutas, consultores, defensores e xamãs da Nova Era, que gostam de celebrar livremente e mesmo "adorar" os conteúdos arquetípicos novamente constelados.
A atitude da Nova Era é de mover-se com o fluir dos tempos, admitir o reino do desejo e da ânsia, encorajar o movimento pagão da sociedade, mas adicionar a este movimento uma dimensão sagrada ou espiritual. A Nova Era basicamente confere "bênção espiritual" a tendências e atitudes que já são existentes na cultura ocidental: consumismo, hedonismo, materialismo e narcisismo. A Nova Era não oferece uma crítica da sociedade, mas simplesmente mitologiza e mistifica as coisas que já nos preocupam. Assim, em uma sociedade ocidental encharcada de sexo e obsedada com o corpo, a Nova Era propõe "sexo sagrado" e argumenta que o corpo é "o templo da alma". Em uma sociedade governada por desejos materiais e gratificação instantânea, a Nova Era vê riqueza como um símbolo de "opulência espiritual" (numa reversão da moralidade judeu-cristã), e considera "relaxamento profundo" como uma busca sagrada (revertendo a santificação cristã de trabalho e fadiga). A Nova Era, como a secular tendência dominante, aponta seu nariz para a autoridade da Igreja, vê o puritanismo como sombrio e embotado, e não está muito interessada em ressuscitar nosso recentemente falecido Deus-Pai. Jung estava empenhado na tarefa de restaurar o Deus Cristão à dignidade cultural e à compreensão humana. O homem da Nova Era quer a Meta (unidade com o divino) sem o Caminho (a disciplina, ética, e auto-cancelamento que tornam tal unidade possível). Ele quer jubilosa união sem o "sofrimento da cruz", renascimento espiritual sem ter primeiro que suportar a morte espiritual. Ele está "enganchado" no sagrado, viciado em técnicas e práticas espirituais, e seu credo é: "Siga sua beatitude", de Joseph Campbell, como se todos fôssemos anjinhos e tudo o que fizéssemos fosse abençoado ("Faça o que quiseres pois é tudo da Lei"). Uma resposta junguiana seria a de duvidar da autenticidade desta assim chamada "espiritualidade" se ela está projetada meramente para prover gratificação instantânea para o ego. Jung veria qualquer otimismo sem fronteiras como uma defesa contra a escuridão, e apoiaria o ocidente cristão em sua ênfase sobre o sofrimento inevitável. De acordo com Jung, nunca se pode escapar do sofrimento, mas deve-se abraçá-lo e aceitá-lo como parte da condição humana (não se pode fugir da sua sombra).
Jung reconheceria na Nova Era uma confusão fundamental entre o ego (self pessoal) e a alma (ou o Self no sentido junguiano mais amplo). Na verdadeira prática religiosa, é a alma que encontra remissão e libertação, pois esta é a parte imortal da pessoa. Paradoxalmente, a salvação da alma é ao mesmo tempo uma mortificação do ego, daí a formulação: "quem quer que perca sua vida por minha causa a encontrará" (Mateus 16:25). No passado, a necessária mortificação do ego foi confundida com a mortificação do corpo, da sexualidade e do feminino, e isto surgiu amplamente a partir da cisão, na psique ocidental, entre o espírito e a matéria. Mas hoje, com nosso conhecimento psicológico maior, ficamos mais próximos do mistério cristão percebendo que é o ego é que precisa ser deslocado de modo que a salvação possa tomar lugar. Na Nova Era, não há verdadeira separação entre o ego e a alma transpessoal; assim, o primeiro estágio na verdadeira consciência religiosa não é adquirido; ou, em vez disso, um processo religioso é conduzido e em cada ponto desta jornada a vida espiritual é contaminada com os desejos e ânsias do ego. Neste caminho a jornada espiritual é corrompida, e degenera em uma viagem de ego (egotrip). À medida em que a alma é libertada de seus grilhões e é elevada a uma realidade maior, o ego quer viajar junto com ela, e o êxtase da libertação do espírito é um êxtase que o ego quer para si. De maneira similar, o faminto ego da Nova Era espia a grandeza e poder de Deus, e se identifica com aquele poder, vendo Deus como algum "recurso sobrenatural não-represado" que pode ser utilizado para a "expansão de potencial humano". Esta é uma fantasia prometéica selvagem e sem limites, e a Nova Era efetivamente acredita no mais fundo de seu coração que o homem pode se tornar Deus. Jung provavelmente classificaria isto como uma espiritualidade psicótica, uma espiritualidade em que o ego tem sido grotescamente inflado a proporções divinas. O papel secundário do ego não foi compreendido, e há uma profunda confusão psicológica e teológica sobre o significado da vida e o papel da humanidade em servir o divino. Intelectualmente, o homem da Nova Era desposa uma filosofia sonhadora, paradisíaca, mas atualmente e de fato ele está cheio de queixas e amargura, porque nada parece caminhar direito. A "perda do ego", que deveria estar ocorrendo conscientemente, cai no inconsciente e, como qualquer coisa inconsciente, está projetada para fora, sobre outros e o mundo.
Muitos esotéricos se gabam de dizer que abandonaram o ego, e consequentemente, as coisas da Terra, em favor de um estilo de vida mais pontuadamente relacionado com a realidade da alma. Entretanto, o ego não foi "largado", e por definição não pode ser largado; foi meramente (con)fundido com a vida da alma. Este é o cenário psicológico para o notório problema do egotismo desenfreado, emocionalidade, cisões e competitividade que infestam os grupos, cultos, seitas, ashrams, clubes, sociedades e comunidades da Nova Era. Embora todos estes grupos trabalhem em sentido à transcendência do ego em favor da alma, são freqüentemente destruídos por um egotismo secreto, escuro e maléfico, que corrói os altos ideais e eventualmente causa o colapso da edificação toda. Os devotos declaram que são "nada" perante o divino, ou sem valor diante do carismático professor, mas no pano de fundo há ferozes manobras por privilégios e lugares especiais, por poder e influência dentro do grupo. Nem pode o impulso sexual ser suprimido por uma "intensa devoção" ao etéreo e interesses paradisíacos. O que é negligenciado ou rejeitado volta para nos visitar, e usualmente volta com considerável violência, de modo tal que o ashram local da Nova Era pode acabar como um covil de iniqüidade e peversões das mais diversas (obviamente justificadas com um conteúdo "espiritual"). Jung concordaria que há uma necessidade maior por auto-conhecimento na religião ocidental, e que encontramos suficientemente demasiada "fé cega" no cristianismo, com muitas pessoas adotando crenças e doutrinas sem testar estes preceitos contra a experiência. Jung tolera muito do aparato espiritual da Nova Era: sua ênfase sobre diversidade e pluralismo, sobre sabedorias pré e pós-cristãs, sobre meditação, introspecção, e experiência pessoal direta. Entretanto, a menos que a atitude correta seja adotada, o aparato e as tecnologias de auto-ajuda são mais do que inúteis: são positivamente perigosas. Seria melhor que o homem da Nova Era fechasse sua seita suburbana e voltasse para a igreja ou sinagoga para aprender as lições da humildade e da modéstia. Não pode haver transformação espiritual alguma a menos que ego e alma estejam firmemente diferenciados.
Em seu desejo de substituir o dualismo ocidental com um novo holismo, a Nova Era tomou um rumo que muitos chamariam de "junguiano". Entretanto, Jung contrasta fortemente dois diferentes tipos ou modelos de totalidade:O primeiro é o que ele chama de totalidade pré-consciente, a totalidade do universo primordial e amorfo, indiferenciado como uma sopa, e que existiria antes da própria consciência. Nela os pares de opostos estão fundidos (não porque foram unidos em uma totalidade maior, mas porque ainda não foram diferenciados uns de outros). Tudo é "um" porque os "muitos", e os conflitantes pares de opostos que constituem os muitos, ainda não foram trazidos à existência. Jung identifica esta totalidade original com o arquétipo da Grande Mãe, e estes que procuram o incestuoso "retorno à mãe" estão dispostos a idealizar esta condição primeva. Neumann desenvolveu a hipótese de Jung da "grande roda" chamando a este símbolo o Uroboros, ou a serpente que morde o próprio rabo.
Em contraste, Jung postulou (e defendeu) um segundo tipo de totalidade, a Totalidade Consciente, na qual os pares de opostos, separados pelo advento de uma consciência polarizada e unilateral, tornam-se novamente juntos em uma unidade relativa. Esta totalidade, ele sentiu, é o objetivo e ponto-final da realização consciente. O foco dela é de que a integridade e identidade dos opostos está mantida e respeitada. Totalidade consciente não é um caos semelhante a uma sopa, mas uma unidade claramente diferenciada na qual todas as diferenças e distinções básicas têm sido honradas, vividas e reconciliadas: "Sem a experiência dos opostos não há experiência de totalidade", dizia Jung, que viu na Mandala oriental um "círculo mágico" no qual são preservadas a integridade das formas de vida, das estruturas geométricas e das figuras sagradas, como símbolo da totalidade diferenciada que ele tanto admirava.
A Nova Era advoga um retorno à Mãe do Mundo, e sua ânsia por unidade é a ânsia do infante pela unidade com a mãe. A Nova Era não se vê como herdeira da cultura ou da história do Ocidente, e não está interessada em "completar" esta história, mas meramente em suprimi-la. A Nova Era não afirma o passado, mas quer começar tudo de novo, construir um futuro mais brilhante, menos trágico, e está cansada do embate dos opostos que constitui tanto de nossa história. Jung argumentaria que não se pode falar de totalidade até que a escuridão ou "sombra" da natureza humana tenha sido maduramente aceita e integrada. Eis aqui onde a Nova Era trai seu infantilismo e sua fingida "totalidade", porque o lado escuro da natureza humana é quase sistematicamente ignorado. A Nova Era está voando da escuridão e da realidade do mal, vendo a escuridão meramente como a ausência de luz.
A era cristã promoveu uma ética de perfeição em sua ênfase sobre a figura de Jesus Cristo, mas uma era genuinamente nova ou vindoura estará, para Jung, baseada sobre uma ética da totalidade, cujo foco não será Jesus, mas o Espírito Santo: "O Espírito Santo é uma reconciliação de opostos, e daí a resposta ao sofrimento no Ente Supremo que Cristo personifica". Uma Nova Era do Espírito, de acordo com Jung, apresentará não a segunda vinda de um Cristo humano, mas "a revelação do Espírito Santo a partir do próprio homem". A Era Vindoura não destruirá o Cristianismo, substituindo-o com paganismo, mas transcenderá o Cristianismo histórico substituindo a imitação de Cristo pela experiência direta e vivente do Espírito Santo. O próprio Cristo insinuou (João 16:7-13) que o Espírito Santo ou Confortador viria depois dele, não apenas para derramar as línguas do Pentecostes sobre seus discípulos, mas para impregnar toda a humanidade com o "espírito da verdade". Para Jung, portanto, uma compreensão correta da totalidade é essencial não apenas para nossa saúde psicológica pessoal, nosso bem-estar moral e ético, e nosso senso humano de sentido da vida, mas é o padrão pelo qual participamos na auto-evolução do divino. É por isto que Jung insiste através de seus escritos que nós devemos manter a tensão entre os opostos e nos movermos adiante; não devemos relaxar a tensão de modo que os opostos percam sua definição e retornem ao uroboros primevo (a tal sopa primordial): "Sem oposição não há fluxo de energia, não há vitalidade. A falta de oposição leva a vida a uma estagnação aonde quer que tal falta alcance". Jung não era um guru da Nova Era que pregava profundo relaxamento e a dissolução do estresse, mas pelo contrário, ele implorava aos outros para permanecerem conscientes de divisões, fortalecer isso, e manter os opostos em relação dinâmica. Somente então poderá a "função transcendente", que em metapsicologia junguiana seria o Confortador ou Paracleto, vir em nosso auxílio e tornar suportável a carga que estamos carregando.

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.(Mateus 16:24)
















· No livro O eu e o inconsciente Carl Gustav Jung analisa o delicado equilíbrio entre as partes que compõem a mente, o consciente e o inconsciente, e nos coloca diante de questões fantásticas pro campo da psicologia e metafísica, como a possibilidade da persona (a "máscara" da qual nos revestimos pra autar como indivíduo) ser um mero recorte (algo emprestado) da psique coletiva, o que nos faz meditar sobre o quanto somos indivíduos e o quanto somos produto do meio...
Mas, não foi por isso que resolvi fazer este post, e sim pra mostrar um trecho onde nosso querido Jung disseca um tipo psicológico muito em voga nos meios esotéricos (e esquisotéricos), e já falado aqui no blog: o profeta (ou ajudante de profeta).
Porquanto creia que é legal receber (e divulgar) comunicações de cunho espiritual, especialmente se forem pra nos alertar de coisas que possamos corrigir pro futuro, quando isso ganha contornos de culto, obsessão ou dogma, até mesmo com prejuízos para a própria pessoa, aí é caso pra psicólogo. Pessoas nesse caso (e seus seguidores) normalmente ficam revoltadas por achar que psicólogo é caso pra doido varrido, gente em camisa-de-força, e não se aplica pra os "gloriosos contatados" das orbes celestiais, mas vale sim, porque o tal contatado tem mente como qualquer pessoa, e está sujeito às influências do inconsciente - pessoal e coletivo - como qualquer outra pessoa!
É aí que entra o texto de Jung, que nos mostra que o inconsciente sempre tenta compensar (equilibrar) o conteúdo do consciente, geralmente (mas não necessariamente) com oposições. Quando há um desequilíbrio, causado por uma consciência falha, entra em ação a atividade automática do inconsciente, visando a geração de um novo equilíbrio. Mas Jung aponta que tal meta será alcançada sempre que a consciência for capaz de assimilar os conteúdos produzidos pelo inconsciente, isto é, quando puder compreendê-los e digeri-los. Se o inconsciente dominar a consciência, desenvol-ver-se-á um estado psicótico. No caso de não prevalecer nem processar-se uma compreensão adequada, o resultado será um conflito.
Assim, no capítulo IV ("Tentativas de libertar a individualidade da psique coletiva") Jung nos fala que "se os conteúdos do inconsciente chegarem à consciência, como o indivíduo reagirá? Será dominado pelos conteúdos? Aceita-los-á credulamente? Rejeita-los-á? O primeiro caso significa paranóia ou esquizofrenia; o segundo torna o indivíduo um excêntrico, com certo gosto pela profecia, ou então pode fazê-lo retroceder a uma atitude infantil, apartando-se da sociedade humana; o terceiro significa a restauração regressiva da persona". Mas é o segundo caso o que mais nos interessa:
Identificação com a psique coletiva
A segunda possibilidade seria a identificação com o inconsciente coletivo. Isto equivaleria a aceitar a inflação, exaltada agora como um sistema. Em outras palavras, o indivíduo poderia ser o feliz proprietário da grande verdade que o aguardava para ser descoberta, o senhor do conhecimento escatológico para a salvação das nações. Tal atitude não implica necessariamente a megalomania em sua forma direta, mas sim na forma atenuada e mais conhecida do reformador, dos profetas e mártires. As mentes fracas correm o risco de sucumbir a esta tentação, uma vez que geralmente se caracterizam por uma boa dose de ambição, amor-próprio e ingenuidade descabida. Abrir a passagem da psique coletiva significa uma renovação de vida para o indivíduo, quer seja agradável ou desagradável. Todos querem agarrar-se a esta renovação: uns, porque assim aumentam sua sensação de vida, outros porque vêem nisso a promessa de um maior conhecimento, ou então esperam descobrir a chave que transformará suas vidas. No entanto, os que não quiserem renunciar aos grandes tesouros enterrados na psique coletiva deverão lutar, de um modo ou de outro, a fim de manter a ligação recém-descoberta com os fundamentos originários da vida. A identificação parece ser o caminho mais curto, pois a dissolução da persona na psique coletiva é um convite direto para as bodas com o abismo, apagando-se toda memória nesse abraço. Este traço de misticismo é característico dos melhores indivíduos e é tão inato em cada qual como a "nostalgia da mãe", nostalgia da fonte da qual proviemos.
(...)
Não pretendo negar, em geral, a existência de profetas autênticos mas, por cautela, começarei duvidando em cada caso individual; o assunto é sério demais para que se aceite, levianamente, alguém como um verdadeiro profeta. Se for este o caso, ele mesmo lutará contra toda pretensão inconsciente a esse papel. Portanto, se num abrir e fechar de olhos aparecer um profeta, seria melhor pensarmos num possível desequilíbrio psíquico.
Mas além da possibilidade de converter-se em profeta, há outra alegria sedutora, mais sutil e aparentemente mais legítima: a alegria de ser o discípulo de um profeta. Esta técnica é ideal para a maioria das pessoas. Suas vantagens são: o odium dignitatis, isto é, o da responsabilidade sobre-humana do profeta, que é substituído pelo otium indignitatis, que é muito mais suave. O discípulo é indigno; senta-se modestamente aos pés do "Mestre" e se protege contra os próprios pensamentos. A preguiça mental torna-se uma virtude; pelo menos, é possível aquecer-se ao sol de um ser semidivino. Pode desfrutar do arcaísmo e infantilismo de suas fantasias inconscientes sem esforço algum, pois toda a responsabilidade é deixada ao Mestre. Através da divinização do Mestre, o discípulo se exalta, aparentemente sem que o perceba. Além disso, não possui a grande verdade (que, naturalmente, não foi descoberta por ele), recebida diretamente das mãos do Mestre? É óbvio que os discípulos sempre se unem com solidariedade, não por laços afetivos, mas com o propósito de confirmar suas próprias convicções, sem esforço, engendrando uma atmosfera de unanimidade coletiva.
Há, porém, uma forma de identificação com a psique coletiva, que parece muito mais recomendável; alguém tem a honra de ser um profeta, assumindo desse modo uma perigosa responsabilidade. Outro indivíduo, por seu lado, é um simples discípulo, administrador do grande tesouro que o Mestre alcançou. Sente toda a dignidade e o peso de uma tal posição e considera uma obrigação solene, ou mesmo uma necessidade moral, denegrir todos os que pensem diferentemente; sua preocupação é fazer prosélitos e iluminar a humanidade, tal como se ele mesmo fosse o profeta. São estas as pessoas que, se ocultando atrás de uma persona aparentemente modesta, irrompem de repente na cena do mundo, inflacionadas pela identificação com o inconsciente coletivo. Tal como o profeta, é uma imagem primordial da psique coletiva, o discípulo do profeta também o é.
Em ambos os casos, a inflação provém do inconsciente coletivo e a independência da individualidade é lesada. Mas uma vez que nem todos possuem a força de uma individualidade independente, a fantasia do discípulo é talvez a mais conveniente. As gratificações da inflação decorrente representam, pelo menos, uma pequena compensação pela perda da liberdade espiritual. Nem devemos subestimar o fato de que a vida de um profeta, real ou imaginário, é cheia de tristezas, desapontamentos e privações; assim, pois, o bando de discípulos e a gritaria dos hosanna têm o valor de uma compensação. Tudo isto é humanamente tão compreensível, que quase deveria surpreender-nos se conduzisse a algo mais além.
Em seu desejo de substituir o dualismo ocidental com um novo holismo, a Nova Era tomou um rumo que muitos chamariam de "junguiano". Entretanto, Jung contrasta fortemente dois diferentes tipos ou modelos de totalidade:O primeiro é o que ele chama de totalidade pré-consciente, a totalidade do universo primordial e amorfo, indiferenciado como uma sopa, e que existiria antes da própria consciência. Nela os pares de opostos estão fundidos (não porque foram unidos em uma totalidade maior, mas porque ainda não foram diferenciados uns de outros). Tudo é "um" porque os "muitos", e os conflitantes pares de opostos que constituem os muitos, ainda não foram trazidos à existência. Jung identifica esta totalidade original com o arquétipo da Grande Mãe, e estes que procuram o incestuoso "retorno à mãe" estão dispostos a idealizar esta condição primeva. Neumann desenvolveu a hipótese de Jung da "grande roda" chamando a este símbolo o Uroboros, ou a serpente que morde o próprio rabo.
Em contraste, Jung postulou (e defendeu) um segundo tipo de totalidade, a Totalidade Consciente, na qual os pares de opostos, separados pelo advento de uma consciência polarizada e unilateral, tornam-se novamente juntos em uma unidade relativa. Esta totalidade, ele sentiu, é o objetivo e ponto-final da realização consciente. O foco dela é de que a integridade e identidade dos opostos está mantida e respeitada. Totalidade consciente não é um caos semelhante a uma sopa, mas uma unidade claramente diferenciada na qual todas as diferenças e distinções básicas têm sido honradas, vividas e reconciliadas: "Sem a experiência dos opostos não há experiência de totalidade", dizia Jung, que viu na Mandala oriental um "círculo mágico" no qual são preservadas a integridade das formas de vida, das estruturas geométricas e das figuras sagradas, como símbolo da totalidade diferenciada que ele tanto admirava.
A Nova Era advoga um retorno à Mãe do Mundo, e sua ânsia por unidade é a ânsia do infante pela unidade com a mãe. A Nova Era não se vê como herdeira da cultura ou da história do Ocidente, e não está interessada em "completar" esta história, mas meramente em suprimi-la. A Nova Era não afirma o passado, mas quer começar tudo de novo, construir um futuro mais brilhante, menos trágico, e está cansada do embate dos opostos que constitui tanto de nossa história. Jung argumentaria que não se pode falar de totalidade até que a escuridão ou "sombra" da natureza humana tenha sido maduramente aceita e integrada. Eis aqui onde a Nova Era trai seu infantilismo e sua fingida "totalidade", porque o lado escuro da natureza humana é quase sistematicamente ignorado. A Nova Era está voando da escuridão e da realidade do mal, vendo a escuridão meramente como a ausência de luz.
A era cristã promoveu uma ética de perfeição em sua ênfase sobre a figura de Jesus Cristo, mas uma era genuinamente nova ou vindoura estará, para Jung, baseada sobre uma ética da totalidade, cujo foco não será Jesus, mas o Espírito Santo: "O Espírito Santo é uma reconciliação de opostos, e daí a resposta ao sofrimento no Ente Supremo que Cristo personifica". Uma Nova Era do Espírito, de acordo com Jung, apresentará não a segunda vinda de um Cristo humano, mas "a revelação do Espírito Santo a partir do próprio homem". A Era Vindoura não destruirá o Cristianismo, substituindo-o com paganismo, mas transcenderá o Cristianismo histórico substituindo a imitação de Cristo pela experiência direta e vivente do Espírito Santo. O próprio Cristo insinuou (João 16:7-13) que o Espírito Santo ou Confortador viria depois dele, não apenas para derramar as línguas do Pentecostes sobre seus discípulos, mas para impregnar toda a humanidade com o "espírito da verdade". Para Jung, portanto, uma compreensão correta da totalidade é essencial não apenas para nossa saúde psicológica pessoal, nosso bem-estar moral e ético, e nosso senso humano de sentido da vida, mas é o padrão pelo qual participamos na auto-evolução do divino. É por isto que Jung insiste através de seus escritos que nós devemos manter a tensão entre os opostos e nos movermos adiante; não devemos relaxar a tensão de modo que os opostos percam sua definição e retornem ao uroboros primevo (a tal sopa primordial): "Sem oposição não há fluxo de energia, não há vitalidade. A falta de oposição leva a vida a uma estagnação aonde quer que tal falta alcance". Jung não era um guru da Nova Era que pregava profundo relaxamento e a dissolução do estresse, mas pelo contrário, ele implorava aos outros para permanecerem conscientes de divisões, fortalecer isso, e manter os opostos em relação dinâmica. Somente então poderá a "função transcendente", que em metapsicologia junguiana seria o Confortador ou Paracleto, vir em nosso auxílio e tornar suportável a carga que estamos carregando.

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.(Mateus 16:24)
· Ciência e espiritualidade devem caminhar juntas, mas não se deve misturar tudo no mesmo saco, pois são duas áreas distintas e que atendem a diferentes necessidades humanas (conhecimento e autoconhecimento). Como conciliá-las? Na nossa mente, claro! Se a física quântica é a melhor maneira de você entender o mundo, não queira que todos tenham de engolir as teorias de Bohm, Bohr e Hawkins goela abaixo, como se fossem o suprassumo da verdade, do mesmo jeito que não é nada legal empurrar teorias religiosas pra quem não se interessa por elas. A grande diferença aqui é o preconceito dos religiosos, que vendem como "dogma" o que deveria ser "teoria". Ciência e religião são maneiras de descrever a realidade e, onde a ciência pára (no terreno da alma, das relações humanas com o TODO), a filosofia religiosa deveria ser levada mais a sério. Foi essa a proposta de Kardec pro espiritismo, mas, bem, 150 anos depois a coisa desandou um pouco... o que não invalida, por sua vez, a doutrina.
Cientistas consagrados não ignoram o conhecimento religioso, e, segundo o Franco Atirador, "o próprio David Bohm foi o primeiro a notar a semelhança entre o seu modelo da Ordem Implícita e as religiões orientais. E, antes dele, foi por reconhecer a analogia entre o princípio da complementaridade e a doutrina taoísta do Yin-Yang que o Niels Bohr escolheu o símbolo do Tao pra colocar no seu brasão". Isso sem falar em Einstein...
Jung era um cientista. Investigou diversos aspectos do que chamamos de "esotérico" e encontrou nele elementos que foram trazidos à luz da ciência, para serem investigados, analisados, e que hoje são estudados nas universidades, para possibilitar a compreensão humana da sua própria mente. Muita gente "esquisotérica" usa Jung pra justificar suas loucuras, como se ele tivesse sido um ativista (como Lennon) e não um pesquisador.
A idéia de "unidade" dos esotéricos da Nova Era é baseada no conceito feminino da Mãe-Terra, ou Deusa-Mãe, passivo, que é oposto ao Deus varão e ativo que aprendemos a cultuar, e isso está nos estudos de Jung, onde o aspecto feminino do espiritual é mencionado, mas não hipervalorizado. O erro é pregar uma volta ao velho modelo, abandonando (e o pior, negando) tudo o que aprendemos até agora com a influência judaico-cristã. Isso é correr de um pólo ao outro, trocar uma ilusão por outra. É por isso que colocarei abaixo trechos do excelente artigo Jung e a Nova Era: Um Estudo sobre Contrastes, de David Tacey:
Embora Jung profeticamente visse que os conteúdos "femininos" e "pagãos" estivessem em ascensão na psique ocidental, nunca pregou que nos abandonássemos a estes conteúdos; pelo contrário, ele sentiu que a tarefa da individuação envolvia resistir a estas forças coletivas e desenvolver uma resposta crítica a elas. Qualquer movimento coletivo que se identifica com um processo arquetípico não vai, virtualmente por definição, entrar em acordo com o gosto junguiano, que está baseado na ética e estética da individuação. O ataque de Jung sobre o que ele chamava "identificação com a psique coletiva" é conveniente e deliberadamente ignorado por todos estes terapeutas, consultores, defensores e xamãs da Nova Era, que gostam de celebrar livremente e mesmo "adorar" os conteúdos arquetípicos novamente constelados.
A atitude da Nova Era é de mover-se com o fluir dos tempos, admitir o reino do desejo e da ânsia, encorajar o movimento pagão da sociedade, mas adicionar a este movimento uma dimensão sagrada ou espiritual. A Nova Era basicamente confere "bênção espiritual" a tendências e atitudes que já são existentes na cultura ocidental: consumismo, hedonismo, materialismo e narcisismo. A Nova Era não oferece uma crítica da sociedade, mas simplesmente mitologiza e mistifica as coisas que já nos preocupam. Assim, em uma sociedade ocidental encharcada de sexo e obsedada com o corpo, a Nova Era propõe "sexo sagrado" e argumenta que o corpo é "o templo da alma". Em uma sociedade governada por desejos materiais e gratificação instantânea, a Nova Era vê riqueza como um símbolo de "opulência espiritual" (numa reversão da moralidade judeu-cristã), e considera "relaxamento profundo" como uma busca sagrada (revertendo a santificação cristã de trabalho e fadiga). A Nova Era, como a secular tendência dominante, aponta seu nariz para a autoridade da Igreja, vê o puritanismo como sombrio e embotado, e não está muito interessada em ressuscitar nosso recentemente falecido Deus-Pai. Jung estava empenhado na tarefa de restaurar o Deus Cristão à dignidade cultural e à compreensão humana. O homem da Nova Era quer a Meta (unidade com o divino) sem o Caminho (a disciplina, ética, e auto-cancelamento que tornam tal unidade possível). Ele quer jubilosa união sem o "sofrimento da cruz", renascimento espiritual sem ter primeiro que suportar a morte espiritual. Ele está "enganchado" no sagrado, viciado em técnicas e práticas espirituais, e seu credo é: "Siga sua beatitude", de Joseph Campbell, como se todos fôssemos anjinhos e tudo o que fizéssemos fosse abençoado ("Faça o que quiseres pois é tudo da Lei"). Uma resposta junguiana seria a de duvidar da autenticidade desta assim chamada "espiritualidade" se ela está projetada meramente para prover gratificação instantânea para o ego. Jung veria qualquer otimismo sem fronteiras como uma defesa contra a escuridão, e apoiaria o ocidente cristão em sua ênfase sobre o sofrimento inevitável. De acordo com Jung, nunca se pode escapar do sofrimento, mas deve-se abraçá-lo e aceitá-lo como parte da condição humana (não se pode fugir da sua sombra).
Jung reconheceria na Nova Era uma confusão fundamental entre o ego (self pessoal) e a alma (ou o Self no sentido junguiano mais amplo). Na verdadeira prática religiosa, é a alma que encontra remissão e libertação, pois esta é a parte imortal da pessoa. Paradoxalmente, a salvação da alma é ao mesmo tempo uma mortificação do ego, daí a formulação: "quem quer que perca sua vida por minha causa a encontrará" (Mateus 16:25). No passado, a necessária mortificação do ego foi confundida com a mortificação do corpo, da sexualidade e do feminino, e isto surgiu amplamente a partir da cisão, na psique ocidental, entre o espírito e a matéria. Mas hoje, com nosso conhecimento psicológico maior, ficamos mais próximos do mistério cristão percebendo que é o ego é que precisa ser deslocado de modo que a salvação possa tomar lugar. Na Nova Era, não há verdadeira separação entre o ego e a alma transpessoal; assim, o primeiro estágio na verdadeira consciência religiosa não é adquirido; ou, em vez disso, um processo religioso é conduzido e em cada ponto desta jornada a vida espiritual é contaminada com os desejos e ânsias do ego. Neste caminho a jornada espiritual é corrompida, e degenera em uma viagem de ego (egotrip). À medida em que a alma é libertada de seus grilhões e é elevada a uma realidade maior, o ego quer viajar junto com ela, e o êxtase da libertação do espírito é um êxtase que o ego quer para si. De maneira similar, o faminto ego da Nova Era espia a grandeza e poder de Deus, e se identifica com aquele poder, vendo Deus como algum "recurso sobrenatural não-represado" que pode ser utilizado para a "expansão de potencial humano". Esta é uma fantasia prometéica selvagem e sem limites, e a Nova Era efetivamente acredita no mais fundo de seu coração que o homem pode se tornar Deus. Jung provavelmente classificaria isto como uma espiritualidade psicótica, uma espiritualidade em que o ego tem sido grotescamente inflado a proporções divinas. O papel secundário do ego não foi compreendido, e há uma profunda confusão psicológica e teológica sobre o significado da vida e o papel da humanidade em servir o divino. Intelectualmente, o homem da Nova Era desposa uma filosofia sonhadora, paradisíaca, mas atualmente e de fato ele está cheio de queixas e amargura, porque nada parece caminhar direito. A "perda do ego", que deveria estar ocorrendo conscientemente, cai no inconsciente e, como qualquer coisa inconsciente, está projetada para fora, sobre outros e o mundo.
Muitos esotéricos se gabam de dizer que abandonaram o ego, e consequentemente, as coisas da Terra, em favor de um estilo de vida mais pontuadamente relacionado com a realidade da alma. Entretanto, o ego não foi "largado", e por definição não pode ser largado; foi meramente (con)fundido com a vida da alma. Este é o cenário psicológico para o notório problema do egotismo desenfreado, emocionalidade, cisões e competitividade que infestam os grupos, cultos, seitas, ashrams, clubes, sociedades e comunidades da Nova Era. Embora todos estes grupos trabalhem em sentido à transcendência do ego em favor da alma, são freqüentemente destruídos por um egotismo secreto, escuro e maléfico, que corrói os altos ideais e eventualmente causa o colapso da edificação toda. Os devotos declaram que são "nada" perante o divino, ou sem valor diante do carismático professor, mas no pano de fundo há ferozes manobras por privilégios e lugares especiais, por poder e influência dentro do grupo. Nem pode o impulso sexual ser suprimido por uma "intensa devoção" ao etéreo e interesses paradisíacos. O que é negligenciado ou rejeitado volta para nos visitar, e usualmente volta com considerável violência, de modo tal que o ashram local da Nova Era pode acabar como um covil de iniqüidade e peversões das mais diversas (obviamente justificadas com um conteúdo "espiritual"). Jung concordaria que há uma necessidade maior por auto-conhecimento na religião ocidental, e que encontramos suficientemente demasiada "fé cega" no cristianismo, com muitas pessoas adotando crenças e doutrinas sem testar estes preceitos contra a experiência. Jung tolera muito do aparato espiritual da Nova Era: sua ênfase sobre diversidade e pluralismo, sobre sabedorias pré e pós-cristãs, sobre meditação, introspecção, e experiência pessoal direta. Entretanto, a menos que a atitude correta seja adotada, o aparato e as tecnologias de auto-ajuda são mais do que inúteis: são positivamente perigosas. Seria melhor que o homem da Nova Era fechasse sua seita suburbana e voltasse para a igreja ou sinagoga para aprender as lições da humildade e da modéstia. Não pode haver transformação espiritual alguma a menos que ego e alma estejam firmemente diferenciados.
Deus não é o bem. Também não é o mal. Supor que Deus seria um ou outro, ou mesmo um e outro, seria limitar o ilimitado. Dar personalidade a Deus também é algo ridículo. A minha idéia de Deus é o TAO, ou seja, a não-idéia, dada a sua grandiosidade (o que também não significa uma negação). Se formos estudar profundamente, veremos que essa também é a idéia de Jesus (ainda visível na Bíblia), dos Hindus (com Brahma e suas diferentes manifestações) e dos Judeus.
"O nome designado para D-us em Bereshit (Genesis) é Elohim, uma forma plural colocada num contexto singular, o que descarta a possibilidade de uma figura antropomórfica de Deus, ou seja, uma divindade com forma e características humanas. A Torah descreve forças naturais que se expressam a partir de uma lógica pré-existente".
O TAO não é Deus, nem tem a pretensão de ser herege, nem outro nome para Deus, nem outro Deus, pois enquanto conceito, não invalida nenhuma forma de divindade que se creia. Aliás, este nome só existe porque não há outro. Não é sinônimo de Deus. É apenas uma palavra, senão não haveria outra. O TAO não ofende os que não crêem em energia, pois ele não é energia, apenas está nela, e ela nele. Ele não é satânico, pq não é um Deus opositor, nem invalida Deus nenhum, nem tem inteligência, nem deixa de ter. Se Deus é o bem, a soma dele com o mal forma um sistema total, o TAO. E mesmo este sistema, com todo o bem e o mal do universo, se definido, delimitado para ser o TAO, passa a ter um limite - e a soma dele com o que estiver fora dele é que seria o TAO.
Se você tirar uma única gota d'água do TAO, o que você terá não será mais o TAO, será apenas o "tao menos gota d'água". Assim, o TAO precisa de cada um, e cada um precisa do TAO, assim como não pode haver oceanos sem as gotas d'água.
Pra compreender melhor, é bom entender que o TAO é o todo, mas a sua manifestação se dá através do CHI (ou KI para os japoneses), o princípio energético oriundo da expressão do TAO. Assim, um taoísta, quando quer encontrar o TAO, toma um chá, ou caminha descalço rindo. Afinal, ele faz isso sabendo que a xícara está repleta de CHI, que a grama é feita de CHI manifestando o TAO. Então, seu caminhar o abastece de CHI, que o põe em comunhão com o TAO.
Assim, não há divindades, não há imagens. Como dizia Jesus, se você erguer uma pedra, ali o TAO estará. Se você rachar uma lenha ao meio, adivinhe QUEM e O QUÊ você encontrará ali?Se for assim, vc não precisa de igreja, nem de sacerdote, nem de mestre, nem de pastor. Não por acaso, o Evangelho de Tomé, o gêmeo (Thomas), onde Jesus afirmava isso, "desapareceu" misteriosamente e foi arrancado da Bíblia, até ser descoberto em antigos manuscritos.


O Tao que pode ser expresso não é o Tao Absoluto. O nome que pode ser revelado não é o nome absoluto. Sem nome é o princípio do universo. Com nome, é a Mãe de todas as coisas.O Ser provém da Fonte Incognoscível.O Existir nos leva pelos canais cognoscíveis. Ser e Existir são a Realidade total.A diferença entre Ser e ExistirÉ apenas de nomes. Misterioso é o fundo da sua unidade. Eis em que consiste a sabedoria suprema.
Não ha maior ego do que o daquele que se julga acima dos outros por ter domado o ego. Ao dominar o ego, ao buscar a transcendência e negar o mundo, ele comete o maior EGO de todos: Achar que não tem ego, e que está além do mundo em que vive.(Osho)

Favor e desfavor geram angústia. Honras geram dissabores para o ego. Por que é que favor e desfavor geram dissabores? Porque, quem espera favor paira na incerteza, sem saber se o receberá. Quem recebe favor, também paira na incerteza: não sabe se o conservará.Por isto causa dissabor, tanto o favor como o desfavor.Porque é que as honras geram dissabor?Todo dissabor nasce do fato de alguém ser um ego.E não é possível contentar o ego.Se eu pudesse libertar-me do ego, não haveria mais dissabores.Por isto: Quem se mantém liberto de favores e desfavores,Liberta-se da idolatria do ego.Só pode possuir o Reino quem está disposto a servir desinteressado,A esse se pode confiar o Reino.

O Tao

· (Lao Tsé; Tao Te Ching - verso 16)Quem conserva o Vazio Absoluto permanece na Paz Perfeita.Todas as coisas têm uma mesma origem.Contemplamos sua evolução e seu retorno.Depois que as coisas florescem retornam a sua Origem.Retornar ao Princípio é repousar.Repousar é encontrar o Novo Destino.Voltar ao Destino é conhecer o Permanente.Conhecer o Permanente é a iluminação .Quem não conhece o Permanente não chega a bons resultados.O conhecimento disto torna o homem tolerante e magnânimo, por issose assemelha a um Rei.Sendo um rei se assemelha ao Supremo.Pois seguiu o caminho Perfeito e uniu-se ao Tao.Alcançando o Tao terá Vida Eterna e, embora seu corpo desapareça,ele nunca perecerá.Tao Te King -

domingo, 2 de agosto de 2009

ORAÇÃO

Que meu coração esteja sempre em paz para que eu possa assim receber todos aqueles que se aproximam

Que meus pensamentos sejam sempre positivos, para que eu tenha olhos puros para todos

Que minhas palavras sempre sejam de harmonia e amor, para levar carinho as corações

Que minha alegria reflita os meus sentimentos mais profundos e que contagie a todos

Amo você

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

APELO A PAZ

Estudantes israelenses presos por rejeitar alistamento pedem ajuda.

No dia 18 de dezembro de 2008 foi iniciada uma campanha mundial em apoio aos estudantes israelenses presos por rejeitarem o alistamento no exército, por objeção de consciência.

Os Shministim defendem um futuro de paz entre israelenses e palestinos e criticam a ação de seu país nos territórios ocupados. Eles esperam receber centenas de milhares de mensagens de apoio que serão entregues ao ministro da Defesa de Israel.

Os Shministim são jovens estudantes israelenses, todos com idade entre 16 e 19 anos, no final do segundo grau. Eles recusam o alistamento no exército de Israel por objeção de consciência. Estão presos por isso. Esses estudantes defendem um futuro de paz para israelenses e palestinos e negam-se a pegar em armas.

Além da prisão, enfrentam uma enorme pressão da família, de amigos e do governo de Israel. No dia 18 de dezembro foi iniciada uma campanha mundial pela libertação desses jovens. Os Shministim pediram ao grupo "Jewish Voice for Peace" para buscar pessoas em todo o mundo para pressionar o governo de Israel. Eles esperam receber centenas de milhares de cartões que serão entregues ao ministro da Defesa de Israel.

Eles esperam representar não apenas os milhares que os precederam, não apenas os muitos jovens para quem eles são um exemplo, mas também querem representar pessoas de todo o mundo que querem a paz. Para enviar uma carta apoiando os estudantes israelenses, entre no site dos Shministim.
http://december18th.org/

Cada um pode ajudar para mudar esta história.
Obrigada por sua colaboração


Tânia santiago

sábado, 10 de janeiro de 2009

A ROSA E O CACTO

Você sabe diferenciar uma rosa de um cacto? Sabe? Tem certeza?
Hoje em dia a palavra “amor” é a mais falada, parece até uma tendência do momento, chegando a ser clichê.
Pode-se ouvir na boca de repórteres, atores, jovens, conquistadores, temas de programas, letras de músicas, manchetes escandalosas, enfim, todos falam em amor. Mas poucos entendem a sua verdadeira grandiosidade.
Alguns chegam a dizer que paixão e amor é a mesma coisa. Nossa, mas que blasfêmia.
Não vou dizer que sei o que é ou que sei muito sobre o assunto, mas posso dizer o que penso e o que aprendi nesse breve período de minha vida.
Em primeiro lugar, amor e dor jamais foram sinônimos, se causa dor não pode ser amor.
Segundo, se sente que não pode viver sem uma pessoa deixe-a, quando você depende de outra pessoa pra viver está abandonando a si mesmo, estando abandonando a si, você não se ama, e se não se ama tão pouco poderá amar o outro.
Terceiro, se você procura alguém para te fazer feliz desista, só você pode se fazer feliz. Já percebeu que quando está triste nem mesmo as piadas mais engraçadas te animam? E quando algo te faz rir você logo volta a sua depressão? Por outro lado quando está feliz nada te atinge?
A felicidade é um estado interno e não externo, nada de fora pode te fazer feliz, eu até me atreveria a dizer que quando você está feliz, está amando.
Porém, como eu disse anteriormente, não sei muito sobre esse assunto, a intenção disto é só expressar o que penso e a escolha é sua em me ouvir, ou não.
Eu só tenho uma pergunta a fazer... Você sabe diferenciar uma rosa de um cacto?

PS: Um cacto pode lhe causar feridas inestimáveis. Uma rosa pode lhe machucar às vezes, mas sua beleza é tão singela e pura que nem mesmo a dor poderá te afetar.

By: M.E.

* Este texto é de minha querida filha que tem 15 primaveras

sábado, 3 de janeiro de 2009

REFLETINDO SOBRE A PAZ

O que é a paz?

Passa-se de um ano pra outro e se deseja Paz!

Você tem noção do que é realmente paz?
Seria a paz é ausência de guerra no mundo?

Bom pra mim isto é pouco, penso que a paz é algo que só é encontrada dentro de cada um, você pode estar em um lugar santo, sem guerra e não estar em paz!

Pare um pouco ao ler esta mensagem e veja o que pode fazer agora pra encontrar essa paz em seu interior, não olhe em volta, olhe pra dentro e ache a paz que almeja no mundo!

É assim começa a paz no mundo, quando cada um se conscientiza a ter paz interior, cria a paz em torno de si!

Faça uma pausa e encontre seu eixo, seja seu guia, seu caminho e mesmo que no começo seja complicado esforce-se.

Muitas pessoas já a encontraram a paz interior e mesmo que a sua volta reflita o contrário, lembre-se que é dentro de ti que ela mora. Faça isso hoje por um pequeno momento, amanhã por um minuto, depois de amanhã por uma hora, encontre-a da sua forma, da sua maneira e ao seu tempo e verá que seu esforço não é em vão!

Conscientize-se que a paz existe de verdade mesmo estando o mundo em conflito e com tanta violência, mas isto não impede que criemos um mundo diferente, que conquistemos a paz na qual temos direito.

Com seu esforço notará que ela sempre esteve presente dentro de você, fazendo isto você estará contribuindo para um Mundo sem violência.

Venha conosco construir um Mundo de Paz!

* Colaboração da preciosa amiga Cínara de Minas Gerais.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2009 UM NOVO MUNDO ESTA SE FORMANDO

Estamos todos no mesmo barco, a cada dia fazendo escolhas que nos levará a ter experiências que poderão ser valiosas em nossas vidas se aprendermos a entender como cada lição pode nos ajudar em nossa evolução.

Sendo assim a cada momento temos o poder de transformar nossas vidas e com isto transformar o mundo em que vivemos.

Cada ser que desperta para a própria responsabilidade frente à vida e entende que tudo depende dele mesmo, ajuda na construção deste Novo Mundo.

Todos nós estamos despertando para o AMOR, para a PAZ e para a responsabilidade assim libertando este Ser adormecido.

Nesta jornada a atenção ao que se pensa como se sente e o que se faz se torna muito importante.

Sigamos nesta construção confiante de que um novo ser esta surgindo e que este lindo planeta esta prestes a viver sua gloria diante deste nascimento.

Tania Santiago